A diversidade cultural e religiosa é um fenómeno fundamental para a construção de sociedades inclusivas, onde a convivência harmoniosa entre diferentes tradições, crenças e valores é essencial para a promoção da paz e do entendimento mútuo. A UNESCO, uma das principais agências da ONU, voltada para a promoção da educação, ciência e cultura, tem defendido a valorização dessa diversidade ao longo das décadas, por meio de diversos documentos e iniciativas.
Além disso, a valorização da diversidade religiosa é vista como um pilar fundamental para a coexistência pacífica, reconhecendo o direito de cada indivíduo de praticar a sua fé sem discriminação ou violência.
Convictas de que a escola e, concretamente, a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), desempenham um papel crucial na promoção de uma cultura de paz, baseada no respeito e compreensão entre as diferentes culturas e crenças, as professoras EMRC do Agrupamento de Escolas Diogo Cão de Vila Real realizaram, no passado dia 27 de fevereiro, com os alunos do 6.º e do 7.º ano, uma visita interconfessional a três templos religiosos da cidade do Porto.
Os alunos, acompanhados pelas professoras de EMRC Lídia Branco, Carla Seixas e Luísa Parreiral e pelos professores de outros grupos disciplinares, Alexandrina Ferreira e Carla Gregório, foram encaminhados até à Mesquita de Hazrat Bilal, onde foram recebidos pelo Imã Mahmoud (Prof. Jaime Soares). O Imã, cordialmente recebeu os nossos alunos e ilustrou a forma como os cinco pilares da religião islâmica conduzem os crentes à vivência autêntica da sua religião, explicou aos alunos o significado de algumas práticas e rituais realizados no espaço de oração e no quotidiano dos fiéis, e deu a conhecer um pouco da religião e cultura islâmica.
Depois do almoço, a visita guiada ao interior da Igreja Museu de São Francisco e das Catacumbas permitiu aos alunos apreciar um dos monumentos religiosos mais importantes de Porto, com várias preciosidades da arte cristã como a Árvore de Jessé, uma escultura de madeira policromada considerada uma das melhores do mundo. A explicação dada pelo guia permitiu aos alunos compreender como o cristianismo deixou uma marca na vida e na cultura de muitos homens e mulheres ao longo dos tempos.
Seguiu-se a visita ao Museu do Holocausto, onde os alunos visualizaram um vídeo com o testemunho de judeus que estiveram nos campos de concentração e ouviram atentamente a explicação do guia. A visita a este espaço tornou presente, através de documentos e de objetos deixados pelos refugiados na Sinagoga do Porto durante a Segunda Guerra Mundial, aquilo que foi o Holocausto.
Finalmente, com a visita à Sinagoga Kadoorie, sede da Comunidade Judaica no Porto, pretendeu-se dar a conhecer o Judaísmo na sua vertente religiosa, histórica e cultural. Ao jeito de uma conversa informal, o nosso anfitrião explicou, em linhas gerais, a história dos judeus em Portugal. Os alunos puderam ver diversos objetos religiosos judaicos que os ajudaram a consolidar conhecimentos acerca de alguns rituais e práticas religiosas estudados nas aulas de EMRC. Foram, também, convidados a contribuir com as suas perguntas e comentários, de forma a enriquecer esta experiência.
Em consonância com o que é proposto pelo programa da Disciplina de EMRC e respetivas metas curriculares, esta visita ajudou os alunos a construir uma chave de leitura religiosa da pessoa, da vida e da história, ao compreender os contributos que cada religião oferece à significação da experiência humana, ao diálogo cultural e inter-religioso, à promoção da paz, da justiça, da liberdade e do sentido de humanidade.
Através desta visita, os alunos puderam, ainda, consolidar, os seus conhecimentos acerca das especificidades de cada uma das tradições religiosas, reconhecer a universalidade do fenómeno religioso, testemunhar as diversas expressões culturais, religiosas e linguísticas de cada religião, entendendo que essa diversidade não apenas enriquece as identidades individuais e coletivas, mas também é essencial para o desenvolvimento sustentável e para a criação de uma convivência pacífica num mundo globalizado.
No momento de avaliar, todos os participantes referiram que foram momentos de aprendizagem e partilha verdadeiramente gratificantes.
